sábado, 25 de dezembro de 2010

Ciranda

O amor que tu me tinhas
Era pouco
E se acabou

Era muito pouco
Escasso
Quase inexistente
Era aquela coisa feia, baseada em hipóteses e propostas e prosopopéias
Não era de Pessoa
Não era de Camões
Era vazio.
E na noite triste, no choro da chuva...
D janela distante, da janela próxima
Do observador bêbado de confusão
Do espectador...Que não sabe pelo que esperar
Do morto, que cansou de morrer por vermes
Que quer morrer de amor...
Todos os sentimentos se unem
Se desfazem
São espalhados pelo vento
Que comete a chacina dos nossos dias
Matam cedo os sonhadores
Cortam o mal pela raiz
Deixam bons homens cheios de amor
Lotados de pura paixão
Deixam-nos...
Aonde?
Nos bancos das praças,
No choro da chuva...
Ao relento.
Aqueles ali, segurando flores
Que umidecem, que molham, que se encharcam
Mas por algum motivo
Não tem motivo pra florescer.
No choro da chuva
O amor era pouco
No choro...
Era pouco
Na chuva
Se apagou..
Se apagou..