sábado, 31 de dezembro de 2011

Anonimato da revolução

Olá gente. Faz tempo que eu não escrevo um texto analítico, mas aqui vai.
Algo que me intriga muito...esse tal de anonymous. Assim gente, para deixar bem claro...Não sou um Hobsbawm ou Walter Benjamin da vida. Não tenho repertório para fazer uma análise histórica profunda e consistente. Só refleti em alguns pontos interessantes.

A geração chamada "pós guerra-fria" ou geração Y, era dita como a geração sem nenhuma causa. Acabou a briga ideológica das duas potências, a União Soviética se desmembrou há 10 anos e o mundo parece que perdeu os motivos para a nova revolução.

Ai, alguém fez em 2007 um tal de "V for Vendetta", com a natalie portman e tals, Hugo weaving, Muita ação e tals, baseado no gibi, cujo autor ( Alan Moore) é " pra lá de anarquista".

E quem diria, agora, em 2011, temos a primavera Árabe, queda de governos autoritários...Campanhas de justiça social e igualdade eclodindo no mundo inteiro ( Occupy Wall street, quem diria) graças a grande máquina da revolução. Graças ao sonho de Karl Marx, de Bakunin e de todos que um dia de inconformaram com o mundo do jeito que ele é: A internet. Em outras palavras, o acesso mundial à QUALQUER INFORMAÇÃO a QUALQUER momento.

Por mais regulamentada que a internet seja, ainda é um parque sem lei, porque é muita informação correndo e se regenerando.

Eu tenho muitas tendências esquerdistas. Não creio que nosso sistema seja justo. Se somos iguais, deveríamos viver igualmente. Mas isso é outra discussão.

O que me preocupa é a reação do mundo mediante aos anonimos. É bem preocupante pois talvez arranjarão um jeito de censurar a internet, de evitar que a informação da revolução se espalhe.

Vendo o mundo e suas mudanças...E finalmente o acesso à informação ilimitado, começo a pensar em outras coisas...

Por exemplo...E ai? Faremos o que? Teremos um governo melhor? Ou será que o anonymous vai tomar o poder? Vai apoiar tal cara que é da "revolução" como eles? Isso me lembra de uma frase de Hobsbawm: "O melhor governante é aquele que menos governante se parece", ou seja, quanto mais natural a coisa for, mais eficaz será seu governo. Então, vem-me na cabeça 1984 de Orwell, que salienta que o futuro é "uma bota pisando na cara do homem...para sempre". E que " O partido superou qualquer outro totalitarismo porque entrou na mente, e não somente na vida política do indivíduo" Porque o indivíduo se torna o Partido, e o Partido se torna induvíduo. É o domínio das idéias.

Hannah Arendt diz nas " Origens do totalitarismo" Que o "Grande Líder olha para seu povo como se olhasse para seu espelho" Vê semelhança nele, se apaixona por ele. Assim funcionou o Fascismo, Nazismo, Comunismo e etc.

Atonio Gramsci diz também que o mundo é governado por tudo menos o governante. O governante é um sortudo que condiz com a vontade de algum grupo em algum momento, que qualquer hora cairá.

Citando essa galera toda..eu quero chegar nesse ponto:

A revolução, seja dos anonymous, seja na África, seja em wall street....É sempre perigosa.
Ao mesmo tempo que é muito necessária.

Mas devemos então fazer o que? Ir contra o anonymous com medo que eles dominem o mundo da forma deles? Não. Devemos revolucionar. Por um mundo melhor, mais justo e mais igual. Mas, dessa vez, não cometer o erro que todos cometeram.
Achar que o Anonymous sabe fazer o certo, ou que alguém sabe. Se nós soubermos das coisas, não podemos ser dominados. Nunca, e por ninguém. Temos que fazer parte disso. Temos que ser isso. Ai o mundo melhora. Quanto entendermos que está tudo em nosso poder. Esqueça o anonymous, esqueça qualquer grupo revolucionário.

Vamos mudar o mundo de forma diferente. Sem brigas capilatismo-comunismo. Vamos para uma briga mais inteligente. Uma briga entre a justiça-injustiça.
Vamos ler, nos informar. Vamos ganhar da prisão que a nossa mente já faz.

Porque a verdadeira revolução não começa nas ruas

Nem nos sites

Nem nos filmes

Nem nas máscaras

A verdadeira revolução....

Começa na sua cabeça

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A mesma de ontem

...do menino velho e doente, da menina nova e cheia de criatividade e esperanças para ver além do visível.

Não é amor, é coisa nenhuma.
Não é de verdade. Não é frutífero.
O movimento cálido da árvore no dia chuvoso não cessa,seja por conveniência ou só sem motivo

Então, do que adianta esperar na bola de cristal,ele diz, não é tão bonito assim

O futuro

Então, diz ela, não importa o que é, ou o que vai ser, ou o que seria

Não importa se não daria um bom filme de boymeetsgril

É puro. É bom
É real.

Então está certo. Só

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Verdade

É para ser bonito
Todos nós alguma hora na na vida nos tornamos românticos. Todos nós já mentalizamos aquele lugar, com aquela pessoa, daquele jeito, com aquela perfeição....E então "Tcharam!" o beijo acontece, as luzes se apagam e lá se foi mais uma cena do filme que nunca ficará em cartaz.

Definitivamente, por mais que o pessimismo tome conta de nós, por mais que as razões biológicas, sociais e psicológicas possam explicar o "amor" e a "atração" com obviedade, o que provavelmente é mesmo, nós pegamos esse quadro e jogamos com nosso coração milhões de cores. Não deixa de ser um quadro, um pedaço de madeira, uma tela, uma cor, uma tinta, algo plenamente explicável. Mas, juntos, se tornam arte, se tornam sentimento. E assim que vivemos.

Então...havia um garoto.

Que estava apaixonado, com toda a descrição dos dois primeiros parágrafos...

Pela mentira

E a mentira é aquela coisa né...
É bonita, é super flexível, é a favor de quem a tem, modifica-se para agradar seu "dono"
E o garoto era feliz. Mas era mesmo. A mentira lhe garantia isso. Ele a amava, mesmo ela tendo pernas curtas.

E do outro lado do mundo, havia uma garota, não bonita, não feia, só uma pessoa real mesmo.
E o mundo globalizado os uniu. Ai o garoto a amou. Ela também. Mas um dia, lhe contou. Contou a mentira. A menina ficou louca e gritou com o garoto.

Mas a mentira, fazer o que, era a grande e insubstituível paixão da vida do garoto. Ai claro
Prenderam-no
Era proibido amar a mentira. O garoto na prisão ficou ainda mais feliz.
A garota foi visitá-lo.
Ele conversas estranhas dentro de um clima estranho...a menina dizia : "Só mentiras, só mentiras. Você deve ser um garoto de mentira. Não é possível"

Gritos...Quantos eram

Mas eu deixei claro no começo do texto que todos são romãnticos na vida. E tudo é sem graça. Inclusive as cores. Nós damos significado a tudo.

A menina deu significado para o garoto. Chorou, mordeu a lingua. Virou-se e foi embora aos prantos ensurdecedores. Ai o garoto começou a pensar.

Mas o garoto...Ah garoto...
Esse não sobrou para contar a história (Por isso que eu estou contando).

A gente aguenta muita coisa nessa vida. Muita mesmo. Mas não dá para exigir que alguém simplesmente continue a viver...Alguém que era apaixonado pela mentira.

Nenhum problema..até o garoto ver a garota indo embora daquele jeito...vendo-a pela última vez...Ele pensou:

"Eu a amava. Isso, mas isso sim era verdade"

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Vale a pena

Mas que absurdo! Como pode ele me querer d volta? Como pode ele se atrever a me dizer coisas desse tipo? Quem é ele para falar d amor? De compaixão? Quem é ele para falar de alguma coisa?

Isso é digno de piadinha de internet. Quando a gente se separa, ele fica todo meloso, todo bonito, todo"vou lutar por você"....Fica o herói dos livros de romance. Mas juntos, o inferno que se jubile em não ser como nós dois! A desgraça que louve não estar entre nós! O ódio se surpreende! A desavença se sente impotenta ao nos ver.

Não damos certo juntos! Óbvio, redundante, recíproco, retrógado. Não, não funciona. Claro que para ficarmos esse tempo todo juntos, rindo, aguentando as desavenças, tínhamos que gostar um do outro. Isso era real. O resto era farsa.

Agora vou para longe, para todos os outros lugares. Conhecer novas pessoas, novos namorados, novos amores, novos sonhos e novos desejos. Ele que fique. Ele que aprodreça na solidão e no remorso.


Não preciso mais disso.

Ah, mas se ele soubesse, se só soubesse que seu abraço bastava em meu dia, que sua voz firmava minha plenitude...Se só ele soubesse meu Deus!
Mas ele preferiu a escuridão. Preferiu a vida. A mim ficaram apenas as desculpas.

Eu mereço mais. Eu mereço o que ninguém jamais mereceu.

Ah mas se ele soubesse o quanto meu coração ainda grita "Dê uma nova chance, deixe ele voltar, deixe ele ligar, não seja bruta" Mas eu, na pura consciencia de meus atos digo altamente "Não vale a pena"

Ai Pessoa me diz..."Vale a pena sim, se a alma não é pequena"
Não me importo com poesia portuguesa. Pois eu mereço muito mais
Eu choro, eu grito, eu durmo. Mas acordo sabendo que isso vai acabar.
E finalmente acaba.

E confesso-lhes duramente uma coisa....Não o terei jamais. Aquele bastardo que morra!
Mas lá no fundo, nas memórias secretas, eu vejo nós dois. Sentados em um banco de madeira. Bebendo e rindo da vida...como se nada importasse.
E sempre estaremos lá....
Sozinhos...
Mas enfim, é só um sonho. Nem tudo vale a pena
E nem toda alma é pequena.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Estória em 2 p

Alguém nasceu. Alguém tinha um pai e uma mãe. Pai e mãe foram alguém há algum tempo. Alguém cresceu. Pai e mãe de alguém não se contentaram apenas em fazer alguém viver. Alguém foi doutrinado. Algúem adquiriu opinião. Alguém cresceu. Alguém brigou com os pais. Alguém não concordava mais. Alguém achou que era importante. Alguém achou que nqada era certo. Alguém revolucionou.

Alguém se frustrou. Alguém perdeu a linha. Alguém foi motivo de piada. Alguém cuspiu no espelho. Alguém não foi levado a sério.

Pais de alguém disseram que ele não era o filho. O que faz com que cortemos fora o primeiro parágrafo da história. Alguém não era importante mesmo. Então não há porque dizer sobre as lamentações dele. Eliminemos então, os dois primeiros parágrafos. Continuando:

Alguém olhou pro mundo, chorou e .....

Alguém se foi.

Fim da estória. Mas estórias são mentira. Mentiras são ilusórias. O que faz com que descartemos a estória inteira.

Além de ser mentirosa e falaciosa, é só sobre alguém...Que como todos os outros alguéns...

Acham que são todo mundo. Mas não são ninguém.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Diariniho

Ai meu queridíssimo e tão grandioso diário. Que saudades que eu fico de você. Hoje estou sentada na cantina da escola, ansiosamente esperando o Terry passar. Gente, ele é tão maravilhoso. Ele é tudo para mim. Ele, outro dia, tipo, me olhou sabe, e minhas amigas, minhas bests, ficaram tipo, nossa mano, caralho, ele é muito gato.
Queria tocá-lo. Mas só o faço com os olhos. Tão efêmeros. Minha promiscuidade torna-se instantaneamente pureza e aceitável honra de ser eu mesma. Minto então disfarçando o desejo primitivo com enfeites romanticos e de carência existencial. Sou tola, ou não sou?

Ah tipo meu diário...Agora assim escrevo com o intuito de camuflar minha pseudo-intelectualidade. É vero que é de imenso deleite escrever linguagem rebuscada. Não o pratico para evitar deboches alheios, como das pessoas que agora o leêm e certamente passaram longe em tal interpretação. Amo muito minhas amigas!

Sabe diário, em meio a tanto desprezo pela minha espécie...Não sei se escrevo garbosamente ou se me entrego de vez à futilidade. Fico na frágil ponte entre a tolice e a metafísica.

Sabe diário... O gatoro lá era deveras patético....Não sei por qual motivo fui tentar me enganar...

Oiiii diarinho...Descobri que tipo..tem um cara muitoo afim de mim sabe mano...Tipo..ligadãoo em mim. Sai meu..quero curtir a vida sabe...Quero Carpe Diem, Fugere Urbem! In vino veritas! Fiat lux! Sei lá.Fda-se mano. Vou ficar muuuuito bebada hoje.

Bêbada de desilusão..Como todo mundo

Mano...diario...eu to numa bad trip assim sabe....

Por que eu sou eu afinal? Não seria mais fácil negar minha própria existência e simplesmente sumir? Sou obrigado a rastejar feito verme em meio à podridão. Fingir que sou linda, sou diva, sou importante....Quero voltar ao estado mais simples..Quero ser um bando de átomos dispersados. Para quê me dar a inteligencia, se com ela percebo que minha irrelevância é comparável à de uma pedra no fundo do mar? Tivesse então me dado a condição de uma pedra. Não de um humano falho e desgostoso. De um humano errado e torto. Triste, pecador, infeliz...Que escreve. Conversa consigo próprio! Quem quer uma maldição dessas? Morrer de vergonha dos meus semelhantes? Vestir-me bem para chamar atenção dos meus parceiros de irrelevância?Deus me livre! Ficar bonita? Ficar diva? Ficar como? Sem nenhuma essencia interessante? Não não! Quero significado! Quero ser a significante...

Então diarinho lindo. Hoje eu escolhi um lugar tipo muiiiito legal pra ir. É tipo uma balada com um bar sabe...Muitos gatinhos. Vou toda produzida maano

Então renego a vida de uma vez por todas...

Meu diário super fofo!!! Hoje sabe quem morreu? Eu mesma! Agora aquela menina toda intelectual se foi. A que ficava escrevendo um monte de pessimismo em você há um tempo atrás. Ela se foi. Agora posso me divertir.

E finalmente viver de verdade

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Imortais

Correndo pela longa avenida, lá distante, agra próximo apenas ao limite do horizonte, estavam eles, dentro de um carro. Velocidade absurda, idéias mais absurdas ainda. De longe conseguia-se ver a fumaça de seus cigarros, o respingo de suas bebidas, e o eco aveludado de seu canto em uníssono. Eram jovens e viviam a vida. E diziam-se imortais

Ser imortal significava se sentir eterno e fazer daquele momento uma grande eternidade. Carpe diem, Viva La vida, qualquer frase referente à curtição.

De que se abastecia a mente dos jovens dauqele carro, no fim do horizonte? Sei que eles eram um pouco tristes, um pouco cabisbaixos. "Natural de ser humano". Falavam garbosas palavras, mesmo não sabendo o significado de nenhuma delas. Sozinhos, como já disse, eram tristes. Juntos, eram um corpo de um deus com poderes ilimitados. Daqueles deuses gregos, bonitos e imortais, gananciosos , que sempre se davam bem no final.

De longe eu ouvia seus gritos, seus sonhos, seus medos. Jovens tão contra a autoridade, tão revolucionários...Quase rasgavam suas roupas de grife de tão revoltados que ficavam. Quase quebravam seus cartões de crédito, de tão inconformados. Mas não se pode revolucionar tanto assim, não é?

Jovens que se iravam lá no final do horizonte e fumavam seus cigarros como seres cheios de desavença. Falavam de pobreza, como aquela provocada pela indústria que fazia seus cigarros. Mas cigarros não entravam em questão. Mas sim o sistema. Maldito sistema, lá do fim do horizonte até o outro lado da Terra, dominando mentes inocentes. Os jovens, cheios de amargura e vigor, não eram manipulados por nada, exceto para comprar cigarros e roupas legais. Para gastar com bebidas legais, com meninas bonitas...Se vestir bem, afinal, nem só de inteligência vive o jovem, não é mesmo?

Eram tão corajosos quando se juntavam. Derrubariam qualquer sistema que fosse, sentindo o poder da união...Lá no fim do meu horizonte. Idolatravam a libertinagem. A liberdade, o prazer. Porque pensar só em existencialismo é deveras broxante. Então combinaram, dentro do carro, dentro deles próprios, que a partir de então ninguém era de ninguém. Chega de obedecer às regras do sistema de juventude subversiva, quer dizer, de juventude alienada.

A libertinagem os possuía então. Era a festa, a orgia, a grandessíssima sensação de não estar preso. Somente preso à liberdade. Uma prisão tão difícil de sair que eles nem podiam imaginar.

Mas junto da liberdade vem também seus amigos. Um deles chama-se ciúme. Famoso por aí, entre os humanos. E o ciúme veio e torturou-os.

Ai não bastava mais acender um cigarro e esquecer da vida. Não bastava mais ser comunista de cafés caros. Agora a dor do que se chama de paixão brota e cresce velozmente. Agora se tornam inimigos, e amam aquela menina que está com aquele cara, com aquela libertinagem, com aquela liberdade. Então ruínam seus sonhos, queima em suas entranhas a vontade de ser jovem. Morrem lentamente. Abre-se então o baú da insanidade, amiga da liberdade, vizinha do ciúme, e devorados os jovens são. São devorados a ponto de ficarem loucos, de sentirem vontade de correr mais com o carro, e correr e correr, até voar da Terra, até sumir do mundo. Então um jovem motorista se embriaga e bate o carro com seus 10 amigos libertinosos e imortais. E isso é a manchete do jornal do vizinho. E parentes choram. Os jovens..Ah...são imortais. Jamais que a dor de existir iria apavorá-los.

Ai morrem...Ai não existem mais.

Ai , lá no fim do horizonte, lá do outro lado do mundo... Lá eles finalmente envelhecem

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Não sei quanto o mundo é bom...

Soube de uma história, intrigante como toda história deve ser.
Que era de uma menina, tão linda, cabelos tão longos, sorriso tão eterno...
Menina de imagens bonitas, de idéias confrontantes. Como qualquer uma deveria ser.

E de um menino, confuso, silencioso...Sonhador...

E de um amor que parecia não dar certo.

Da menina linda, foto de fundo de tela.

Do menino, poeta apaixonado, adormecido em seus próprios sonhos.

Ele gostava de flores.

Ela não

Ele trouxe flores

Ela não

Ele enfeitou sua vida de flores. Porque as flores, eram como verdades absolutas, como sentimentos concretizados. Eram tudo que não podia ser escrito em seus poemas, em seus sonhos...

Ela não chorava jamais, apenas sorria. Apenas ignorava flores.

Flores, as coitadas, envelhecem.

Homens também.

A menina linda continuou a sorrir

O menino continuou a trazer flores.

Umas morreram, outras ainda não.

Pra que flores...

Pra que flores...

A menina cresceu. A menina foi-se embora

O menino...não sei dele ao certo.

Sei das flores.

Estão lá. Estão na história.

Quão complicado é escrever sobre amor.

Quão simples é escrever sobre flores.

O menino descobriu isso. E chorou.

A menina não descobriu, continuou a sorrir e foi embora.

E de seu sorriso, não nasceu nada.
E do choro dele
Nasceram flores

Que duraram para sempre

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A garota que não amou

Lá pra mais longe do que eu podia avistar, havia essa garota a qual o título se refere. Hei de perder meu tempo descrevendo-a? Pouco provável.
De que vale falar de roupas, de estilo, de gestos, quando explode-se em nossa cara a dolorosa verdade de que havia lá uma menina que não amava?
Quem quer saber de beleza, de vontades e de sonhos, quando sabe de uma menina que nunca amou?

Ai levanta-se a oposição. A oposição contra mim era a própria menina. Ela dizia:
-Sobre mim nada sabes, estúpido narrador onisciente. Onisciente coisa nenhuma.

Eu me afastava dela, não queria que ela me visse. Na verdade, eu podia ficar em qualquer lugar que saberia o que ela pensa e o que ela faz. Porque sou , como ela mesmo diz...onisciente. Pelo menos dentro da anedota. E quem um dia lhe disse que pessoas oniscientes não possuem o medo do desconhecido ? (ou deveria dizer conhecido?)

Ela gritava
-Você é narrador em terceira pessoa, mas é a milésima pessoa que narra sobre mim. Não é onisciente. Você nunca saberá como é não saber de tudo. Ter curiosidade. O que você sabe sobre curiosidade? O que você sabe sobre mistério? O que você sabe sobre sonhos? Você já sabe tudo. Não tem a sensação de ignorancia. Que vida horrível deves ter! Não sabe o que é não saber! Não sabe o que é não saber. No que voce pensa? Seu narrador de merda! Fale de você mesmo! Fale !

Eu via que ela tocava piano, variava entre duas marcas de cigarro, guardava plantas em um caderno e guardava absolutamente todos os seus sentimentos em uma caixinha, dentro de sua cabeça. E nem ela tinha coragem de abrir.

Sabe aqueles filmes fofos nos quais há uma garota que diz ao garoto que gosta de sentar em determinado lugar todos os dias, porque lá ela se sente bem? Sabe esse exato sentimento que não possui alguma palavra específica? Sabe quando voce saía da escola em um dia de sol e ia caminhando para dar um "rolê" com seu amigo ou amiga, e sentia uma certa coisa? E não há nome para essa coisa. Imagina, querer chamar tudo de felicidade, tudo de amor.
Ela foi envelhecendo com seu próprio peso existencial. Ela lia a si própria, era magica, cheia de mistérios. Mas ela nunca queria saber as respostas. Ela olhava para mim e gritava cada vez mais alto:
-Como voce é covarde! Fale de si mesmo. Você jamais me terá de volta!

Pobre garota. Achava que eu buscava ser o que eu era antes. Não. Eu buscava o que havia dentro daquela caixa, em sua mente, que ela nunca quis abrir. Todos os seus sentimentos eram como moscas voando em um dia quente. Pousavam nela, a incomodavam, mas ela nunca conseguia matá-los. Sempre que tentava, acertava a si própria. E eu, narrador onisciente...sabia de uma coisa...da falta que ela me fazia.

-Desgraçado...vá embora

Ai eu fui. E deixei que ela fosse também. Não diria o óbvio para ela. Não diria que era grato por tudo e que desejava ela feliz agora. Desejava ela naquele canto do mundo, naquelas casas todas iguais, naquele por-do-sol, com aquela sombra de dúvida, com aquela exarcebação da normalidade, e com aquele leve gostinho que se escondia por trás de tudo, aquele gosto de desespero. Mas com a certeza de que tudo estava nos conformes.
E eu com a certeza de que era útil para alguma coisa que a ajudasse.

Mas a caixinha, ahhh, ela guardou consigo. Levou embora.
Ou a deixou em um dos cantos daquele canto do mundo.
Era magia, magia do eterno. Era estar em um pedaçinho de sonho, em um mar de dúvida. Era estar em lugar nenhum.

Ai ela me odiou para sempre. Mas ela sente a falta de um como eu, que sempre disse para ela jogar a caixinha no mar, ou queima-la junto ao fogo de seu isqueiro.

Mas éramos narrador e protagonista. Jamais pude sair desse lugar.

Oque me intriga..O que mais me intriga...

Ah Céus, o que me deixa eternamente confuso...

É ter a certeza de que narro....Ou de que esstou sendo narrado
Por aquela protagonista.
Longe, em qualquer canto do mundo. Em todo o lugar.....

Em lugar nenhum

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Trovoada do riso cap. 1

O espelho era bem objetivo. Aliás, era assustadoramente objetivo. Nada que houvesse de haver no mundo desviaria um espelho de seu único propósito de existencia; O propósito de refletir. Refletiria a tudo e a todos, sem nenhum preconceito, sem nenhuma desavença, sem nenhuma pergunta.

Atire a primeira pedra aquele que nunca ficou intrigado com a função do espelho. Aquele que nunca indagou em sua filosofia cotidiana o porquê do espelho refletir com tanta perfeição. É algo deveras mágico, poético, intrigante, e , por que não dizer, assustador . Parece que estamos na verdade enxergando nossa alma, viva em outro mundo. Em um mundo com tudo ao contrário, quem sabe. Com tudo desfeito. Com tudo certo, com tudo errado.

Divagações e mais divagações corriam pela mente de Victor, o inútil e feio palhaço protagonista dessa anedota para pessoas com tempo de sobra. Assim como cada ser humano desocupado, Victor sempre indagava sobre o ser-não-ser do próprio ser que era ele. Era um homem confuso, bobo, barato e superficial. Aproveitava seu momento de lucidez/insanidade em frente ao espelho com muito carinho, pois a qualquer hora iriam cortar sua luz e a escuridão que reinava em seus sonhos e em sua triste solidão iria novamente dominar o mundo.

Pensava que se não fosse palhaço talvez ganharia mais dinheiro. Talvez não morasse em uma pensão com mais 3 pessoas aleatórias, pobres e completamente indiferentes à sua vida. Mas se Victor fosse executivo, a gravata o enforcaria, a mala pesaria em seus dedos. O estresse de não poder pagar a conta de luz seria substituído pelo stresse de não ser promovido. De trabalhar 12 horas por dia. De se tornar uma máquina sem motivo de existência. Se fosse pianista, suas mãos doeriam com o piano. Teria de trocar as cordas, teria de tocar mais rápido. Ser melhor. Iria chorar em alguma parte da vida. Se fosse astronauta, nunca poderia sair daquela roupa, senão o vácuo o mataria. Só seria espectador do espaço, vendo o ponto azul cheio de pessoas tristes lá longe, chamado de Terra. Se fosse jogador de futebol, um dia não faria o gol, e morreria de fome.

Mas sendo palhaço, não precisava ser o melhor. Bastava ser funcional, bastava fazer rir. Bastava uma maquiagem, uma grande mentira nos olhos e um sorriso para entreter as crianças, futuros médicos, astronautas, empresários....Enfim, eram também futuros palhaços desse grande circo.

"Só assumi minha palhaçada com dignidade e sinceridade" Certo ele estava. Era bom ser ele. Era bom ser palhaço.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

George e Mike

-George, não ganharemos desses alienígenas George... São Muitos. Sua nave-mãe ainda está controlando toda a atividade terrestre. Com o poder psíquico deles emitido por pulsações elétricas vindas da Pedra da Firgaw, situada no centro da nave, jamais conseguiremos vence-los. Eles simplesmente controlam a mente de todos George. Nosso abrigo não resistirá por muito mais tempo George. O que faremos George? O que faremos?

-Calma Mike. Acalme-se, meu bom companheiro. Temos que enviar o sinal para a bomba explosiva situada embaixo da nave. Mas para ela ser ativada, somente de muito perto. Sabemos que se tentarmos de longe, eles bloquearão o sinal de alguma forma.

-George.... Está me dizendo que então um de nós terá de se sacrificar, colocando a super roupa protetora que nos protege do poder psíquico deles, que não aguenta por muito tempo, para salvar a humanidade ?

-Sim Mike. Um de nós. E será eu! Você tem filhos Mike. Você precisa contar a eles nossa história. Precisa contar ao mundo como salvamos ele.

-George...Não!
-Adeus Mike!
-George, deve ter outro jeito!
-Adeus Mike!
-Adeus George ! Adeus meu único e eterno herói!


...


Olá garotas! Olá olá! Sim, sou eu o Mike... Nossa, mas vocês são muitas mesmo hein? O que, se eu quero? Sim, claro que sim! Nossa, mas vocês são..como eu poderia dizer...Liberais hein?-Hei George, tem mais garotas aqui para você também!

-Eu sei Mike, eu sei. Estava dando uma volta em minha Mercedez. Vamos garotas! Mike,pegue sua ferrari e vamos também.

-Sim sim! Ah, aliás, garotas...as bebidas estão aqui no porta-malas!

-Se for dirigir, não beba Mike!

-Ah George..Olha quem fala!

...

-Então você é o presidente a ALL-MIGHTY Company George? Nossa, 10 milhões por ano?

-Sim Mike, fora benefícios...MUITOS benefícios.

-Sei sei!Na All-Boss Company também. Engraçado..temos o mesmo salário!

-Vamos para Dubai?

-No meu jatinho ou no seu?

...

-Sim George, minha filha agora completou seu doutorado! E não namora ninguém! É só a linda filhinha eterna do papai!

-Ah Mike, Meu filho está láááá em Berlin terminando o Doutorado dele. Acho que eles podiam se conhecer né? Inteligentes como são...

-Como os pais sempre foram.

-Ah George!

-Ah mike!

...

Mike, por melhor que fosse sua habilidade discursiva, não sabia, agora, discursar. Era inverno. Era velho, era frio. Era triste.

Corpos se desfazem em elementos. Se tornam ar, terra, água...Quem sabe vida.

Mike, por mais teatros que tivesse visto, não sabia entender o Teatro do Fim. O Teatro da morte.

Apertava seu terno com força. Repetia as palavras.."Aqui jaz George". Sabia que seu velho amigo jazia em seu coração. Não queria chorar. Era forte. Era forte. Mas chorava. Mas chorava.

Aqui jaz George. Não importa quantos sonhos eles tiveram. Não importa quantas brigas aconteceram pelo xadrez de terceira idade. O sonho sempre os resgatava.
Dureza e dor de ver o frio, que consumia as árvores no inverno, agora silenciava seu amigo para sempre.
Do que adianta morrer de luta pela vida? Qual cargo paga um sorriso? Qual carro sabe dirigir sua vida a felicidade? Qual dinheiro paga pelos seus sonhos?

Há dias em que até Deus e o Diabo param de brigar. Os escravos pedem alforria. Ninguém se sente plenamente livre, evidentemente. Mas , por hora, se sente feliz ao ver um sorriso.

Ao ver um amigo. Ao segurar no peito. Não fora embora triste. Só olhou para as lembranças e sonhos. Era feliz? Era um bom amigo. E em algu lgar do mundo, eles estariam atrás das garotas, estariam jogando xadrez. Estariam rezando para que o mundo não acabasse.

-Ah George. Ah George

E o mundo não acabaria. E mundo seria salvo por eles. E eles seriam heróis. Grandes homens. Grandes heróis.

Ah George, Ah george!

domingo, 10 de julho de 2011

Tese

Na falta de um hospício maior, usou-se o mundo

Na falta de camisa de força, usou-se o amor

Na falta de um remédio, criou-se a história.

E na falta de coragem, criou-se a poesia

Que não achou espaço na sanidade.

E se tornou, por fim, loucura

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Nem todos os meninos gostam de aviões

E Carlos era pobre mesmo.

De alma, de dinheiro, de idéias, de vida, de palavras.

Lamentava-se:"Pobre de mim ó céus!"

E ia beber. Bebia, bebia e bebia.

Lamentava a mesma coisa novamente. Até dormir de tanto beber e acordar na escada de sua casa
Pobre Carlos, pobre Carlos.

Sim, possuía alguns traumas. Seu pai surrara-lhe muito. Sua mãe ria desse circo do inferno. Não se conformou Carlos com isso...nem por um dia. Não era palhaço para servir de diversão oras!

Possuía raiva também de sua ex-mulher. Dessas que te amam, te exaltam, te odeiam e te abandonam, tudo no primeiro olhar. Ela ria dele também. Lembrava-lhe de sua mãe. Ele sentia uma cólera, uma ânsia, uma tontura...Era covarde demais, o pobre Carlos. Não era bom em discutir e brigar. Era bom em resmungar, apenas.

"É Carlos! Mas o mundo ai fora não te dá salários gordos e promoções altas por ser bom em resmungar. Não tem doutorando em resmungar. Tem doutorando em ciências Carlos, não em resmungos. Resmungar é, em suma, uma merda."-Pensava ele. "Mas médicos resmungam também. O mundo resmunga. E eu só sirvo de palhaço para o riso alheio". Alheio. Carlos, que era pobre em palavras, agora viu que em seu repertório surgira uma palavra requintada, bonita, garbosa...Até inteligente.

Ia resmungar, não resmungou. Era pobre em tudo. "Não em palavras" "Não em palavras alheiamente alheias".-Pensava Carlos com um sorriso no canto da boca. Olhou para si mesmo, se imaginou sendo aplaudido na palestra mundial sobre coisas alheias. E sua reles inteligência se auto-alimentava. Descobrira no inferno que era sua mente, aquele lugar aconchegante, onde a sabedoria era sua amiga, as pessoas o verenavam, e era aquilo que sempre quis. Carlos deitou-se no sofá. Não era mais um perdedor. Não, não. Perdedores não falam palavras de alto nível. Não possuem essa dádiva. "Não são alheios"- Pensava Carlos. Agora era da elite da vida, do mundo, das palavras. Não havia mais choro. "Choro alheio"-Pensava ele com alegria. "Não há mais lamentações alheias".Agora, ele era Carlos. O Carlos. E o mais importante: Era só dele. Havia ganhado a si mesmo.

O que fazer agora? Carlos não era mais vítima. Carlos era poesia. Carlos não era mais gauche. Não havia anjo torto. Carlos se comparava agora ao próprio Carlos, o escritor. Era bom ser Carlos. Era bom...ser Carlos.

Afundou-se no próprio circo. Onde agora, domava leões, recebia aplausos, tinha respeito. E nós, e todos os outros eram apenas espectadores do grande Carlos. "O homem alheio", como se auto-entitulava. Era um César.

Naquela noite, Carlos não foi beber...
Na próxima, também não.
No bar, pessoas estranhavam a falta do maior frequentador.

Como vivera Carlos mais de 50 anos no puro medo, insignificância e desprezo próprio ? Era talvez o maior homem do mundo agora!
Agora não era mais esquisito. Não era um palhaço. Nem um menino triste. Carlos sabia disso tudo. Carlos era feliz. Agora...Era feliz.


....Pobre, pobre Carlos

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Verde como os olhos dela

E todo aquele charme que você sabe que não lhe pertence fica ali, no reflexo, a rir de você, e a dizer em voz muito alta o quão assassino você sempre foi. Cospe em tua honra, em teu mérito, em teu poema. E te lembra mais uma vez que estarás sempre fadado. Fadado à morte.

Começou com um simples chamado, sorridente, na sua porta, em um lindo domingo de verão. Uma carta, um telegrama, um recado. Tudo confuso, tudo rápido, tudo separado, em sua mente, e de repente, começa a se encaixar e formar frases inteiras sem vírgulas, visto que, elas, as pausas, não são mais parte, pelo menos agora, do seu cotidiano. Começa a ter um pensamento longo e despausado sobre uma vida séria e dura e dificil onde ninguém vai querer saber sobre algum probleminha pelo qual você eventualmente passou com sua parceira porque ela fez algo que o fez pensar bem sobre o relacionamento de vocês dois e... Isso já acabou. Isso é dádiva aos ociosos. Agora, tiram sua humanidade, sorrisos, amores e culto ao inútil. Afinal, probleminhas do cotidiano são inúteis mesmo. Principalmente agora. No caos. Na cegueira. Na nova visão. Na guerra.

Você foi de ônibus, com o cabelo raspado, com o corpo fardado e fadado a destruição. Com a farda verde refletindo medo. Com os olhos trêmulos. Com a cabeça raspada cheia de dúvidas, sonhos, cheia de segredos. E olhas em volta, e vês que todos, jovens, boêmios, sonhadores, cheios de poemas, cheios de mentiras e verdades, estão fadados ao mesmo destino cruel e triste. Discursos ébrios tentaram exaltar a pátria e diminuir seu medo. Evidente que nunca te convenceu.Você se vê fadado a apenas um lugar. Fadado à morte.

Um dia com cervejas caras, risadas, instruções do tipo "devemos-ganhar-do-inimigo-e-conquistar-o-território-dele-simplesmente-porque-ele-é-a-droga-do-inimigo", carregamentos de armas, gritos de guerra, mãos estendidas com orgulho da pátria.

Um dia no mato, sem comer. Um dia de chuva, sem se cobrir. Tiros aqui, tiros ali, e finalmente, um tiro em você.

Destruição, a palavra que só se usava em programas sensacionalistas, se tornou a ínfima realidade. Amigos mortos ou prestes a morrer.

Você dá um tiro. Um tiro ali, um tiro aqui. Você está se molhando com seu próprio sangue, e começa a comer mato por um dia. Mata um inimigo, um pai, um irmão, um filho. Não importa mais o que ele era. Tudo isso se tornou um cadáver em poucos minutos.

Mãos cortadas com raiva da pátria. Gritos de socorro, carregamentos de corpos, perdemos do inimigo. Cacos de vidro da cerveja cortam seu pé.

A guerra se tornou sua nova poesia. Sem métrica, sem decassílabos, sem medida nova nem velha. Só o verso livre feito de sangue. A sonoridade dos tiros, com corpos espalhados por todas as estrofes. Então, mais um tiro em você, e a poesia se torna quase que uma ópera. Você cai no chão. Não dá pra correr. Você olha para o verde da grama. Era verde como os olhos dela. Você se sente como no dia da ida à essa grande festa ensanguentada. Sente-se fadado à morte.

Acorda na enfermaria. Gritos ensurdecedores de colegas, sem muitos membros, clamando para que a miserocórdia de Deus os levem. Você é sortudo homem. Apenas 2 tiros. "Muita sorte" Diz uma patente alta. Você não quer dizer à ele que sorte seria poder morrer. Sorte seria não pisar nos cacos da cerveja. Sorte seria não estar na enfermaria que não cuida do que realmente dói. Não há remédio para a poesia que brota novamente em teu fraco pensamento. Você , no meio daquele lugar, vê o verde.
Vê o verde dos olhos dela. Talvez sorte seja estar fadado à morte.

Você, na chuva de um dos milhares de enterros, vê uma mulher abraçando a terra e gritando o nome de Deus para que a leve também. Lembra-se do filho dela, agonizando na enfermaria fazendo o mesmo pedido que a mãe. Haviam lhe ensinado sobre coragem, mas nunca ninguém disse do tamanho da coragem que teria de haver para alguém se desculpar para ela.

A senhora é só uma senhora. Só um número , só uma parte da estatística. Mulheres como ela servem para contribuir com os filhos, soldados inglórios da grande nação soberana. Novamente, fadados à morte.

Condecorado és. Medalha de honra. Pensão. Fotos com você. Ficastes famoso por teres ido até a terra-do-nunca com uma arma que não era sua, com uma roupa que não era sua, acabar com um problema que não era seu. E levar tiros por algo que nunca fez. Você sorri até, por um reles momento, dando uma gota de relevância à sua existência, mas tudo de que você consegue se lembrar é daquelas mulheres chorando em uníssono.

Sempre te falaram da coragem para lutar, mas nunca te falaram da coragem de ficar ao relento por 9 meses, vomitar, ter de tudo um pouco, só para ver uma criatura saindo de suas entranhas. E do nada, ver que ela com seu tamanho desprezível, sua mente incapaz, seu corpo indefeso e seus sonhos inexistentes, segura fortemente seu dedo com a mão inteira. Segura firme, segura com coragem. E aquele olho indefeso se abre, e olha para os seus, e não diz nada, mas não solta seu dedo. Aquele olho grande, cheio de curiosidade. Aquele olho que um dia irá tremer mediante a tanta morte, como tremeram os seus. Aquele olho que derramará lágrimas em um dia cinza, na ausencia de outros olhos que queria estar vendo. Aqueles olhos, que lembram os olhos dela, que eram verdes. E a mão firme que segura seu mindinho, um dia segurará firme aquele rifle, e matará aquelas pessoas.

Ninguém nunca contou da coragem de uma mãe que larga essa tão bela criação sua, 20 anos depois, para marchar contra um inimigo qualquer, por um motivo qualquer, pois não haveria motivo nenhum no mundo que justificasse o choro na lápide, os gritos de miserocórdias e a vontade de morrer também. E as mães gritam em seu ouvido que apenas queriam que seus filhos segurassem uma ultima vez seu mindinho com a mesma força de quando eram recêm nascidos e olhassem com aquele olhar grande, sem nenhum segredo, sem nenhum medo e sem nenhuma tristeza.

Você pega sua farda, se veste. Ela é seu último elixir da felicidade, mesmo que ridícula. Faz você lembrar de um único momento de orgulho que teves ao ser jovem.

A menina dos olhos verdes nunca mais voltou. Seus olhos permanecem, assim como todo o resto, inquietando sua mente. Como o choro das mães, e os olhares dos bebês.

Agora você está fardado, olhando para o espelho. Todo aquele charme que você sabe que não lhe pertence fica ali, no reflexo, a rir de você. A dizer em voz muito alta o quão assassino você sempre foi. Cospe em tua honra, em teu mérito, em teu poema. E te lembra mais uma vez que estarás sempre fardado. Fardado à morte.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Utopia

Nova utopia minha. Não é mais mundo próspero e companheiro. Sem problemas .

Minha grande utopia é não ter mais caneta. Nem lápis, nem teclado. E não precisar escrever enfim. Nunca mais.
Mas meus demônios não vão embora. Meus sonhos continuam longe. Talvez nunca passem de sonhos.

Como não tenho realmente nada em minha existência, não encontro o silêncio dos pensamentos. Então me vêm à cabeça milhões de teorias metafilosóficas contraditórias para explicar a realidade, me perturba e me faz, então, escrever.
Então, pelo jeito, essa utopia vai permanecer invariavelmente utópica.
Droga.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Pra não dizer que eu só falei das flores

Em mais um dia, em mais um lugar, em meio a milhões, ou simplesmente sozinhos, nós retomamos a nossa velha questão, metafísica, superfilosófica...Chame como quiser, mas creia que não passa de uma questão cotidiana. Uma questão , então, trivial.
A boa e velha questão da existência...

Por que raios eu existo?
Por que, ó céus, eu existo?
Por que a minha existência?

Engraçado é poder ver as milhões de respostas prontas, vindas de todo o lugar.
Uns gritam que é Deus. Uns gritam que é Alá. Uns gritam que é só uma vida das milhões de vidas que você já viveu.
Outros dizem que é acidente. Aleatório. Tanto podia ser quanto podia não ser.

Entao, tão concentrados em nossa indagação existencial, nunca paramos para pensar.

E se só você for o verdadeiro ser existente, e o resto for fantasia?
Esse blog é um pensamento seu, transfigurado em uma tela desligada de computador.
Seus amigos também não existem. Nem seus pais. Você vive em um hospício e criou uma realidade paralela.

Hollywoodiana demais essa intriga psicológica.

Ouvi isso e me intriguei também. Quem sabe com intrigas, minha existência não se torne só medíocre, e sim um pouquinho suportável.

Não sei se meus amigos, colegas, família, são só uma grande mentira.

Porque se o mundo fosse só eu...
Acho que um dia, eu acordaria da minha viagem de realidade paralela, e me depararia com um deserto
Só haveria deserto.
Nesse dia, eu olharia pro deserto. Andaria nele. Andaria nele até não poder mais.
Agora, sabendo que não há mais ninguèm pra apreciar, pois tudo foi fruto de minha insanidade.... Sairia a procura de algo.

Quem sabe de uma flor que me vislumbrasse ou uma melodia de vento que me conquistasse.
Tudo isso pra me contentar com a pouca beleza da realidade
E a música soaria baixinho em meus ouvidos enquanto eu apreciasse a flor.
E andaria novamente. E imaginaria estar no hall da fama, com meus amigos que nunca existiram.
Com a vida que nunca tive.
Com aquele alguém que nunca fui.
E com minha indagação de existência, que ficou pra trás.
Junto com o vento, junto com a flor.
Junto comigo mesmo

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Silêncio

Mais de mil toneladas.
Não minto. Mais de mil!
Vieram em forma de papel para minha residência.
Vindas de milhões de poetas de todo o lugar.
Todos tentando me convencer de que eram, por fim, os melhores poetas já existentes.
Capricharam na ortografia, abusaram (e como) da métrica e pra melhorar...
Falavam só de amor! Amor amor e mais amor!
Como se fosse algo pouco polêmico, pouco subjetivo...
Ou até para doer na carne...
Existente!
Querem o que? Que eu chore? Hein? Acham mesmo que escrever histórias em verso sobre algum jovem imbecil que se apaixona (tudo em malditos decassílabos!) tocaria meu coração e me faria chorar sobre as lembranças de uma juventude perdida, tendo por hora um momento nostálgico, dramático e epifânico? Ora, faça me o favor me morrer!
Poeta burro!
Ser um velho moribundo como eu nunca se tornou um programa solene e agradável, apenas recheados de boas lembranças. Ser velho tal como eu é uma maldição vinda das mais profundas profundezes do Hades!

Joguei todas as tentativas de poesia no fogo e acendi meu cachimbo, olhando longamente para a chama colorida, que queimava as tintas e os sonhos utópicos. Aqueci-me com o fracasso coletivo, dando um leve sorriso ao desgosto alheio.

Entre uma tosse e outra, olhei para o chão, e vi um poema que não havia tido o mesmo destino dos irmãos bastardos. Peguei-o com raiva, e como ele iria arder em pouco tempo nas chamas eternas de minha lareira, lio-o com rapidez.
Estava escrito : "O maior poema de todos os tempos..." Prolongou as reticências pela frente e verso da folha, escrevendo no final: "É o silêncio".
Olhei de novo, inspirando fundo. Remetia-me a Hamlet, é claro. Mas me deixou meio indignado...Por que alguém escreveria alguma babaquice dessas? Se bem que silêncio é meio poético de vez em quando... Pensei um pouco sobre silêncio. Lembrei-me do silêncio que fiz enquanto levava bronca, com 7 anos, após "aprontar" algumas. Ou do siléncio que fiz em meu aniversário de 12 anos, quando cortava o bolo.
Houve também o silêncio do funeral de minha tão doce vó, quando tinha 14.
Teve o silêncio que fiz quando ia dar meu primeiro beijo.
O silêncio que fiz curtamente antes de gritar "sim" no altar...

Também lembro do silêncio que fiz quando minha amada mulher estava deixando este mundo. Ela, que havia me ensinado a rir, a chorar, a amar, a levar a vida na brincadeira quando a seriedade se tornava inviável, agora estava em seu leito, com aquele silêncio tão misterioso e tão claramente óbvio.
Lembro-me que ela pediu para esse asqueroso ser humano chamado eu, para deitar ao seu lado. Fui. E fui em silêncio. E me deitei em silêncio. E fiquei em silêncio. Ela pediu para eu apagar a luz, e juntos, contemplarmos o silêncio.
No começo, eu estava em uma aflição que nem os deuses nem os homens poderiam sequer descrever. A aflição de querer dizer simplesmente tudo, tudo, antes que não desse mais tempo...E não poder.
Mas logo vi que o silêncio seria nossa única forma de nos entendermos completamente. Eu só via a escuridão, mas de alguma forma, o rosto dela aparecia claro pra mim, e sorria. Sorria o sorriso mais belo que alguém poderia sorrir. Ela enxergava minha dor, ela enxergava meu desespero, mas com o siléncio, ela dizia que estava tudo bem. E que tudo, mas tudo, iria ficar bem. E eu me acalmava.
Acalmei quando vi que palavras são deveras desnecessárias nessas horas.
Não queria nada de ruim para ela. Eu nunca havia amado alguém tanto quanto ela. Nosso relacionamento foi o maior clichê possível. Era aquele romancezinho de colegial que durara até os dias de nossa velhice. Era a loucura mais absurda de todas eu estar do lado dela sem falar nada. Com tanto desespero, ainda assim fui calado pelo silêncio. Que era minha única forma de lucidez. Que era minha única forma de saber que estava fazendo a coisa certa. E o silêncio, maldito silêncio....
Depois de alguns minutos, o silencio a levou embora...
Pra nunca mais voltar...
E eu fiquei sozinho... Em pleno silencio...
Uma lágrima correu em meus olhos depois de lembrar dessa história. Peguei o poema, amassei lentamente e joguei no fogo com uma serenidade maior. Lembrei que quando fico em silêncio, minha amada parece voltar, e somos felizes de novo. Ela sorri pra mim o sorriso mais lindo. E palavras são, novamente, dispensáveis.
Fim do meu cachimbo, olho para o fogo....
Não existe o maior poeta do mundo tampouco o maior poema.
Existe o maior silêncio.
Que é o meu.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Vamo que vamo

Oi gente boa. Eu há muito tempo que não escrevo como um blogueiro usual, me comunicando com vocês em o uso de poesias metafóricas.
E ai, tudo bom?
Eu, só pra vocês saberem, faço Ciencias sociais na unifesp, Que fica, a propósito, longe para caralho da minha casa. Faço teatro, tenho banda, tento escrever, tento fazer filmes, amo skate, e não consigo mas não consigo nem fudendo parar de me fuder.

Sou cético em relação a absolutamente tudo. Deus não, valeu. Só afrodite. Indisposto a dar maores explicações, acabo por passar grande parte dos encontros sociais falando sobre nietzsche ao invés de "como a mina da academia é gostosa"

Brincadeira, não fico discutindo de nietzsche não...mas a recorrência da frase anterior usada como um mecanismo de defesa é muito bem vinda em minhas horas de insegurança.

Acabo lendo na biblioteca da faculdade, e por não saber nada sobre nada, fico na filosofia socrática de me entregar à ignorância e ter a arte da proxologia, invariavelmente vingada com o propósito de dissipar a atenção por vez trazida do leitor, assim sendo menos intrínseco a conclusividade com quem não possui prepotência de vocábulos altamente pouco aparecíveis.

Saca...falar complicado pra falar legal.
Enfim, vou morrendo a cada dia. Entre a comédia da vida e a tragédia da morte.
Acho que basicamente é isso.
Não sei nem por que que escrevo tais coisas. Irrelevante..como a maioria dos pensamentos via twitter e facebook de nossa juventude afundada no tédio e no entretenimento barato.
Vamo que vamo então. Pá. É isso ae

terça-feira, 5 de abril de 2011

100

100 postagens nessa merda...23 seguidores
Mais ou menos um seguidor novo a cada 5 postagens.
E mais um blog vai crescendo.
Pra vocês, não sei se tiveram epifanias, ou pelo menos, um breve momento de reflexão lendo os textos.
Mas eu posso afirmar com todo o pequeno orgulho que tenho, que com certeza eu pude me conhecer melhor escrevendo
'Escrever é libertar nossos fantasmas, para que eles nos falem quem nós realmente somos"
Bonito, poético.
Como tudo na vida.
E eu? Queria ser franco de vez em quando.
Queria poder falar para as pessoas o que eu realmente penso.
Queria perder meus medos.
Mas vou escrevendo isso tudo...
E minha vontade de escrever aumenta.
Junto com minha vontade de ir embora dessa vida
Sair deste corpo
E simplesmente desaparecer.
E quando vejo...
Já tem 100 posts
Nesse blog.
E não sei mais o que fazer

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Carcereiro

Esse título. Carcereiro. Sou eu. Sou eu.
Não me venha com perguntas de como, onde ou por que...
As coisas simplesmente são o que são. As vezes, com o perdão da rima, sem explicação ou razão.
E na prisão...Encontro quem?
Ela
Ela presa. Eu tento soltá-la. Sou carcereiro porra! Claro que consigo te tirar daí.
Ela nunca sai.
Ela nunca quer sair.
O problema, que me persegue desde o primeiro texto desse humilde blog, é que eu...
Sem nenhuma desavença com a minha ética profissional...
Me apaixonei..
Me encantei...
Enlouqueci deveras...
Enfim, me perdi em meio aos olhares de uma prisioneira mal-tratada.

Ofereci muitas vezes a liberdade.
Ofereci tudo que havia no mundo ao meu poder.
Mas ela diz que prefere ficar presa.
Nunca entendi o porquê.
Ela diz que também não entende. A dúvida torna-se recíproca.
Ela diz que o mundo lá fora é hostil. E que, na pior das situações, ficar lá dentro é o melhor que ela pode fazer.
Eu incessantemente argumento que lá fora o mundo é lindo.
Mas ela não quer lá fora.
Ela quer aqui dentro.
O mundo acinzentou, e para ela, o cinza tornou-se o novo arco-íris de suas noites de chuva sem se molhar.
Eu, sem ter o que fazer, abro sua cela
Fico sentado ao lado dela.
E nós, sem muito o que fazer, nos focamos em fingir que o mundo na verdade é lindo lá dentro.
Eu me esforço para diverti-la.
Levo jantar, levo vinho, levo baralho...
E ela diz que está feliz em me ter por perto.
E que ama tudo aquilo que eu faço.
Mas se ao menos ela saísse pela porta comigo...
Se ao menos ela entendesse que...
Não importa. Minha hora de ir visitá-la chegou.
Vou-me embora.
Alimentar esse estranho amor.
E pra mim, amores nunca foram coisas socialmente corretas e perfeitamente funcionais.
É sempre essa loucura de ir-e-vir.
De viver e morrer.
E no meio dessa metafísica do sentimento exarcebado e de crises existencialistas...
O que mais me intriga
O que nunca me deixa dormir
Não é por nao saber o motivo pelo qual ela quer ficar presa...
Mas é por nao saber o motivo pelo qual eu me tornei um carcereiro...

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sincera anedota

Nem todas as histórias são bonitinhas.
A maioria não é.. Contente-se.
Essa é curta. É sobre Clara
Clara era uma mulher de programa.
Não cobrava caro, pois não possuía muitos clientes.
Não os possuía pela sua má performance.
Não era uma puta boa, por assim dizer.
E, clara, sem ofensas, você é meio burra.
Meio burra, porque teve outras escolhas na vida...
Mas preferiu as mais fácies. E hoje fica dando em troca de moedas.
"Não é tão fácil assim"-Pensava Clara.

O que mudava tudo isso é que Clara adorava escrever
Escrevia poemas.
Via-se imortalizada com sua estátua ao lado do Machado, na Academia e em todas as aulas de literatura, que eventualmente meninas vadias e burras (Como ela era na juventude) assistiriam.
Escrevia, entre um boquete e outro, alguns poemas
Um dia um homem muito famoso a procura de talentos foi ter um programa com ela
Pegou seus poemas em pleno ato, leu e falou:

-Meu Deus mulher, você escreve mal pra caralho!

E ela leu e percebeu que o negócio era dar
Prque escrever não era a área dela.
E morreu pobre e infeliz.
Só pra nos lembrar que muitas histórias não são bonitas.
Contente-se.

domingo, 6 de março de 2011

Sem título

Pra que gastar tempo pensando?
Seremos todos um bando de frustrados
Que, pensando, descobriram que a vida é sobretudo injusta
as vezes incoerente
muitas vezes insuportável.
Ela não quer ir embora de mim
Por que ainda penso?
Um dia, algum sócrates me tirou da caverna.
Mas tudo que quero é brincar de sombra
E na sombra, eu sorrio
E lá, sou então, feliz

quarta-feira, 2 de março de 2011

Voce foi correr

Foi correr
Voce foi correr
Voce foi correr para me socorrer
Voce foi correr para me socorrer agora que sabia
Voce foi correr para me socorrer agora que sabia o que tinha acontecido
E eu não te contei
Não te contei nada
Eu não te contei nada do que havia acontecido
Mas mesmo assim, sabe-se lá porque
Você sabia o que tinha acontecido
Não sei porque você sabia o que tinha acontecido
Mas sei que voce sabia o que tinha acontecido, pois veio me socorrer
Não adiantou nada voce ter vindo me socorrer, mesmo sabendo o que tinha acontecido
Sem eu te falar sobre o que tinha acontecido
Pois eu estava lá
Estirado ao chão
E você não acreditou
Não acreditou que eu estava lá estirado ao chão
Não acreditou que havia acontecido de eu estar estirado ao chão sem ter te avisado, mas mesmo assim voce sabia o que tinha acontecido, e tinha ido lá correr para me socorrer
Não adiantou
Nada
Porque voce me deu carinho
Dávamos ótimos passeios
Voce aceitava minhas conversas longas
Voce ia quando te chamava
Voce sorria quando eu te fazia piadas
Voce me abraçava quando eu pedia
Só que voce não entende
Não entende porque meu corpo está estirado no chão, e voce , mesmo sem ter sido avisada, sabia que algo tinha acontecido, mesmo sem eu ter te falado, mesmo voce sorrindo com as minhas piadas, indo quando eu te chamava, aceitando minhas conversas, dando ótimos passeios, indo me socorrer mesmo sem eu ter te avisado, mas voce indubitavelmente sabendo,
Voce repete tudo em sua cabeça
Todas as frases se juntam e fica esse pensamento confuso de gente abrançando
Alguem estirado no chão
E eu não queria passeios, conversas, abraços, carinhos
Queria o "inquerível"
Queria , bolas, seu coração
Queria todo seu coração
Queria seu coração
E mediante a tantas frases repetitivas
Eu resolvi parar de pensar
E resolvi sonhar

Sonhar com a escuridão
E então
Acabou-se
O meu problema

Amem

terça-feira, 1 de março de 2011

Qual o Correto?

Esses dias fui pensando, que eu ja adotei a ideia anarquista, ja adotei a ideia comunista como minhas doutrinas politicas antigamente, por achar que sao as melhores formas de se viver, nao apenas para mim mas para todos, ainda apoio a anarquia hoje em dia, o que com uma visao diferente da de antigamente. Mas nao e isso que vem ao caso desta postagem.
Vejo as pessoas hoje em dia discutindo qual seria o melhor estado a se viver, uns defendem Comunismo, outros Anarquismo, outros o Capitalismo, e reparei que todos seus estados, em visoes diferentes, possuem vantagens E desvantagens, nenhum estado ou doutrina politica eh perfeito podemos assim dizer, mas NENHUM deles funciona se as seguintes palavras, atitudes e sensos NAO sao adotadas como estilo de vida...
Equilibrio: NADA na vida em um dos dois extremos e bom, NENHUM! pode reparar no seu dia a dia, tudo ao extremo, de um lado ou do outro, gera algum problema, desvantagem como o estudo por exemplo. Se nao estuda, nada se consegue, se estuda demais, fica tao obcecado com a situacao que tudo ao se redor some e nada mais acaba importando. Indivualismo, possuir uma mente egoista acaba com sua vida social de certa forma, voce sempre pensa em apenas a si mesmo, se desinteressando pelos outros, mas APENAS pensar nos outros leva tambem a algo que acaba e apaga com o seu jeito de ser, suas proprias vontades. Por isso, tudo na vida deve-se possuir um equilibrio, estar no meio dos dois extremos.
Humildade/Modestia: Acho que NADA na vida se desenvolve, aprimora sem achar que ainda existe algo a se melhorar, nada se desenvolve ou se aprimora sem o constante uso do questionamento. Sempre e bom se achar importante em algum trabalho, mas lembre-se que voce nao eh MAIS importante ou MENOS importante que alguem, um grupo de projeto ou trabalho e como se fosse um corpo: sem as pernas nao se locomove, sem os bracos nada se constroi. sem a mente, nada e administrado corretamente. Sem o tronco e seus orgaos, nada funciona, TUDO no seu "corpo" e essencial e necessario, mas como citado anteriormente, nada eh mais importante ou menos importante doque qualquer coisa.
Respeito e consideracao ao proximo: Nada nessa vida se adquire, nasce, gera sem o respeito um pelo outro, nada se desenvolve sem considerar que aquilo nao apenas para si mas sim para muitos outros.
Interesse/Iniciativa: A vontade de querer fazer algo, de participar de projetos, de querer ajudar sempre foi, eh e sera importante!
Valor Material: Sempre e importante possuir tal objeto, possuir dinheiro, mas como citado anteriormente, de forma equilibrada! Para que ter mais material doque necessario? Soh que vem aquela pergunta agora: "Mas o dinheiro eh importante para nosso dia a dia!". Sim, o dinheiro e importante para o nosso dia a dia, ter um pouco de dinheiro reserva quando algo em casa quebra ou algum dinheiro deve ser usado em uma empresa para aprimoracaoes e derivados eh sempre necessario, mas nao o seu excesso. Oque seria feito com milhoes acumulados em uma unica conta? o dono do tal capital nao precisa de todo este acumulo monetario, soh acumula pois quer entrar na famosa brincadeira de "quem tem o montinho de papel maior", ao inves de querer competir, porque nao pegar esse dinheiro a mais e inutilizado para aprimorar o bem da sociedade? Como por exemplo a saude, educacao e ensino, Obras publicas, Higiene e muitos outros.
Maturidade,Justica e Honestidade e Nao-Violencia: Sempre eh bom ter responsabilidade sobre tudo oque faz, sempre e bom saber lidar com o problema da forma correta, pensar/perceber/conhecer/estar ciente que sua vida nao e mais importante doque qualquer outra, sempre agir com tais palavras chaves de forma correta na hora correta, saber ser adulto ou "crianca" nas horas certas como por exemplo a guerra, e um momento onde o lado adulto deve agir nem comecando a guerra, e sim resolver os problemas com palavras e dialogo.
Eh importante e vital, reconhecer que todos os tipos de seres vivos(menos os insetos e parasitas em excesso, eles sao chatos e picam a noite...) sao como voce, todos sao importantes, tem seus valores, suas vontades e independente da doutrina politica, se essas palavras, atitudes e sensos forem seguidas, ateh o Capitalismo, doutrina politica cuja a qual e considerada a mais desigual de todas, pode-se viver em harmonia! E se for pensar, com esse equilibrio, seria quase impossivel a organizacao capitalista sofrer alguma crise economica.
Mas eh apenas minha ideia, meu pensamento, reflitam sobre isso tudo...espero que achem algum caminho a mais pela frente, e se forem adotar minha ideia, nao adote-a, aprimore-a =)
Aqui fica minha mensagem, minha ideia, beijosmesigamnotwitter!
Dennis Darre Moretto.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Obrigado Hobsbawm

Meu velho amigo, aqele robsbawm, me disse certo dia
Que a história do século XX se confunde com a história da união soviética.
Devido à sua importância nesse século. Instalaçao do socialismo, guerra fria, enfim...
Percebi, nessa tragicomédia ironica chamada vida
Que a história de meus anos se confundem com a história de pessoas
Delas, para ser mais exato.
Minha relação com elas, elas, elas são a minha história.

2008 Minha história se confundiu com a de uma garota muito precoce
2009 Minha história se confundiu com a garota mais confusa desse mundo(Que hoje é, ironicamente, casada)
2010 Minha história se confundiu com a da garota mais polemica que já vi(Diga-se de passagem, muito amorosa)
E 2011, creiam ou não, minha história, mesmo no começo, está se confundindo e tende a quase se tornar irreconhecível
Com a história
Da garota
Como a descrevo?
Ah, já sei..
Não não sei...
Simplesmente porque meus pensamentos se confundem com ela
E resultam em uma imagem e um sentimento
Dos quais nunca ninguém soube dizer o que era

Devaneios sobre o mal

Então é isso?
Tanto tempo de devaneios..Mas de um tempo psicológico muito duvidoso
Tanto tempo de olhar rente ao horizonte
Mas do que adianta me esforçar pra alcançar o horizonte?

Porque a maldição do mundo preto-e-branco não simplesmente se desfaz?

Talvez cheguei até o horizonte.
Toquei-o
Senti-o..ouvi seus problemas, suas dúvidas,suas certezas, seus medos e seus fantasmas
E envolta da aurora, anjos e demônios tocavam a grande sinfonia da vida
E faziam das notas seus enfeites ao meu encontro..
E dançei, e ouvi.
Mas a orquestra acaba e os músicos vão, naturalmente , pra casa
Dormir e sonhar
Mas ainda canto a melodia.
Perdi meu sabor.
Perdi minhas ilusões
Só tenho esse gosto amargo do alcool
Essa lembrança amarga, que outrora era doce
Mas quem se importa?
Acabou?
Talvez nunca alcancei o horizonte.
Talvez meu coração seja um desses navegadores do século XVI
Onde achavam que a Terra era quadrada
E queriam ver o desfiladeiro
E chegar ao horizonte.
Mas toda a vez que tentam alcançar o horizonte.
Acabam no mesmo lugar
Pois é redondo
E toda tristeza ainda te espera

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

De novo

Parece que não
Parece que vai ser diferente
Parece que dessa vez tudo valeu a pena

Mas não...
O que dói
É que é a mesma mentira novamente
Te cercando e rindo de você
Mas rindo alto
Muito alto mesmo

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A menina e o Céu.

E foi assim.

Nada nem ninguém poderia mudar.
Com confianças destruídas, ela finalmente abriu os olhos.
Ela vê que ao lado dela estão três objetos.
Usados, velhos e quebrados.
E naquela noite, que foi mais clara do que todas as outras noites,
ela chorou.

Chorou porque descobriu que a luz que guiava o caminho era falsa.
Não se passava de uma pessoa brincando com uma lanterna.

Chorou porque sentiu uma solidão só sentida antes em tempos passados.

Chorou porque não queria que fosse verdade.

Quando terminou de chorar, calou se e foi dormir.


Então no dia seguinte menina foi obrigada a voltar para um mundo de mentiras.

Ao vê la ir sozinha para encarar tais coisas.
O céu chorou, chorou muito. Porque assim, ela demoraria um pouco mais no trajeto.

Teria um pouco mais de Paz.

domingo, 23 de janeiro de 2011

23-01-11 dia pra se esquecer

Hoje foi um dia pra se esquecer. Um dia que não teve significado
Um dia de comer, ver TV, pensar mais uma vez em questões existencias
E dormir de novo
Acho interessante essa vida na qual vivemos 90% dos dias sem significado
Mas viver sem significado começou a fazer sentido.
Porque não me sinto culpado por viver
Só passa na minha cabeça coisas como: como será se eu for até a padaria comer um sanduíche?
Ou, como seria s ELA me aceitasse mesmo eu nao sendo o homem dos sonhos dela?
Mesmo não sendo um colírio dos olhos dela
Mesmo não sendo um vocalista sexy?
Como seria se ela pensasse "putz, tou nessa vida de merda, sem sentido, foda-se, vamos ver se ele me faz feliz'
Vamos ver, dar uma chance
Uma única chance
Um momento eu-e-ela que ELA nunca esqueceria
NUNCA
minh garantia eterna
Não a deixaria esquecer
Sei quanto significo pra ela
Mas se a vida dela é tão certa assim
Deixe-ser
Continuo sonhando
E se passa mais um domingo
que eu podia jogar no lixo
Mas nunca perderá o significado
Todo o dia pensando nela é bom
Inevitavelmente bom

Inevitavelmente

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O Impacto

E ele sentiu a vida pesar.
Sentiu que o chão onde pisava antes, era falso.
Sentiu que a o caminho que tomara, não levava a um lugar melhor.
Tinha muito, porém ... sofria por ter perdido algo que nunca lhe pertenceu.
Andava de um lado a outro da casa.
Ligava para amigos procurando respostas.
Falava que estava sempre bem.
Tentava nunca estar só, porque quando estava só, ele refletia sobre sua vida patética.
Afogava suas magoas com nada e isso era perturbador.
E todas as vozes internas gritando "Idiota!"
Ele se calava, colova a mascara e ia embora.
Melhor ninguem ver quem ele realmente é, porque o pobre coitado é digno de pena.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Fim de Noite? Começo de Dia?

Leopold fala:
- Estou cansado, Por que?? Porque??? Sempre, sempre, nunca, nunca. Que droga cansei!!

Não posso fazer nada, foi o que aconteceu, eu apenas conto a história.

Leopold fala:
- Mude ela então, mude e história. Dobre à minha vontade. Faça dar certo.

Não são assim que as coisas funcionam, Molly fez a escolha dela, você só pode lidar com esse fato. Stephen foi um bom amigo ao te contar.

Leopold fala:
- É eu sei disso, mas não concordo, não aceito, sinto raiva. Porque eu?? Seria até mais facíl se eu ainda fosse um tolo. Se ainda não soubesse de nada.

A verdade quando ilumina é dura, porém justa.

Leopold fala:
- Cale se!!! ... Estou cansado. As coisas são injustas em prol dos meus inimigos e são justas em detrimento dos meus sentimentos. Não poderia a vida ser apenas um pouco mais justa com esses porcos condenando os a sofrer. Não poderia a vida ser injusta fazendo eu ser o vitorioso.


Não...

Leopold fala:
- Por que?!?!

Bem... isso eu não posso dizer. A história ainda não acabou...


















Leopold fala:
- Vê Stephen, o Narrador se calou.

Stephen fala:
- Por que isso aconteceu? O que faria a voz que dita nossas vidas ser silenciada.

Leopold fala:
- Parei de acreditar nele.

Stephen fala:
- Como assim?? Impossível você negar aquilo que sempre te controlou.

Leopold fala:
- Parei de acreditar que ele possa fazer algo bom por mim. Parei de acreditar que um dia ele vá narrar algo de bom acontecendo comigo. Parei de acreditar que Molly poderia me amar.

Stephen fala:
- Parabéns então. Você vê as coisas mais claramente agora? Vê que não há nada além de palavras no papel.

Leopold fala:
- Isso eu já via meu caro. O que me dói mais foi aquilo que parei de ver.

Stephen fala:
- Isso seria?

Leopold fala:
- Seria felicidade no meu rosto. Parei de ver Molly, minimamente feliz ao meu lado. Parei de ver dias sem nuvens nessa cidade cinza.

Stephen fala:
- Pare de falar dela seu tolo. Siga sua vida, mesmo que isso faça você sentir uma dor muito forte. Você já resistiu antes, acho que resiste agora. Agora termine seu chouriço-mouro e vamos embora.

Leopold fala:
- Stephen... acho que... você passou mais tempo do que devia falando com o Narrador.

Stephen fala:
- Você é mesmo um tolo. Vamos está ficando cedo, tarde, cedo. Ahhh dane se. Fim de Noite? Começo de Dia?
O tempo é o nosso real Narrador Leopold.
E ele é desprezível.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Mundinho preto-e-branco

É preto-e-branco!

Tudo, simplesmente tudo.
Não sei por que , nem por quem.

Só sei que abro os olhos, e vejo tudo preto-e-branco, me indago:"Poxa, por que é tão preto-e-branco assim?"

Não sei, sinceramente , não sei.
Sucede-se que, um dia, por ironia do destino...
Eu entendi o porquê disso ser assim.
A verdade, meus amigos, não contem para ninguém, mas eu...
Eu moro dentro de um quadro.
Dentro de um quadro!

Isso, um quadro, esquecido por algum pintor que provavelmente tinha mais o que fazer.

Como tinha mais o que fazer, deixou tudo assim, preto-e-branco.
Não sei se o preto seria do grafite dele e o branco da tela..
Ou se ele realmente pintou em preto-e-branco
Pois concluiu que seria mais adequado.

Fato é : nunca soube qual era a paisagem que ele pintou, da qual eu faço parte.
Mas é preto-e-branco. O céu é preto. As flores também. A maioria das coisas é.
O branco só dá uma quebrada para que possamos diferenciar as coisas.
Nunca me importei em viver preto-e-branco, num mundo preto-e-branco.
Não me incomodo em ver esse xadrez desgostoso durante todos os meus dias pretos-e-brancos.
Nem em ver novelas em preto-e-branco
Nem em sonhar em preto-e-branco
Nem em comer em preto-e-branco
Nem em chorar em preto-e- branco.
É um xadrez cotidiano, eu diria...

Só me imcomodo com uma coisa
Só me incomodo em ver alguém passar com todas as tintas do mundo...

Das mais diferentes cores

Das mais bonitas, das mais iluminadas

Das mais perfeitas tintas e combinações, da maior criatividade possível, da maior imposição de quem vai pintar tudo, das cores de grandes artistas, das cores de todos os espectros solares, do vermelho, do verde, do azul, de tudo aquilo junto, de tudo aquilo nesse mundo hostil e tenebroso, em que eu achava tranquilo ser tudo preto-e-branco. Tudo diferente. Diferença. Mudança enorme. Preciso de algo já. Preciso mudar já. Tintas e tintas vem, e eu só no desespero, e eu só querendo mais, mas eu só não consigo...Não, venha, venha, venha. VENHA"
Agora meu mundo vai ser colorido! com jogos de xadrez legais! com flores tendo sentido de ser flores, com o céu não sendo só um rascunho...Com o mundo se tornando mais do que um preto-e-branco uniforme!
Com o mundo virando mundo!
Com sonhos que não são só pretos-e-brancos!
Com graça...
Com sentido!!

Com tudo que eu não sabia que poderia existir, mas quando vi, quando experimentei a sensação de ver cores...

Preto-e-branco viraram amargura, viraram prisão...
Viraram um eterno jogo de xadrez sem peças...

Mas quem estava com as tintas passou reto pelo meu quadro.
Passou reto
passou reto

e eu lá, olhando, decepcionado...
Fui ver minha novela preta-e-branca
Minhas flores pretas no meu futuro caixão.
Meus sonhos sem graça que são imagem da minha vida
Preta-e-branca.

Fiquei decepcionado com tudo isso.
Não pela pessoa com as tintas não me pintar.
Afinal existem milhões de quadros, e eu não possuo excluisividade.

Fiquei decepcionado, porque eu gritei muito, para que ela me olhasse
Mas não fiquei decepcionado por ela não ter ouvido.

Fiquei decepcionado por ser só uma pintura.
E pinturas não falam, ou se falam , ninguém as ouve.
Pinturas são mudas.
Não queria ser uma pintura (ou um rascunho que seja)
Porque, nós não conseguimos de forma alguma escolher as pessoas que nos pintariam...

Sem que elas nos escolham primeiro.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Impasse

Não me diga como ser feliz
Não me diga que me ama
Só me diga como te esquecer
Como te odiar
Por favor me ensine!
Não existe o menor sentido em viver
Como eu vivo
Vendo o que eu vejo
E não te odiando da maior forma possível.
Que que eu sou?
Só mais um te rasgando os pensamentos
Só mais um completamente perdido em você
Só mais um que , em vez de te odiar
Acaba por ser tão louco e tão louco e tão louco

Que não sabe se carrega uma flor pra lhe dar
Ou carrega a arma para lhe silenciar
As marcas de meu corpo
Mostram as batalhas que já lutei
O quanto corri
O quanto comi
O qanto bebi
Mas nenhuma autópsia
Mostrará tudo que já senti

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

ENTENDI

Você
Você mesma!
Você me acordou no meio da noite
pra me falar dos seus pesadelos.

Você me ligou no meio da chuva
Pra perguntar se eu estava molhado

Você correu atrás de mim quando eu fazia as malas
Desfez-as e disse: Pra lugar nenhum você vai!

Todo o tempo que eu não estava presente
Foi uma sólida força que estagnou qualquer espécie
De sentimento que não te envolvesse

Por que?
Pra que?

Não sei. Nunca te entendi
Não sou nada. E você ?... Você é tudo...
Olha pra essa diferença absurda, absurda

Você nunca me deixou verter lágrimas sem um abraço
Nunca me deixou sem sorrir do seu lado.
Nunca havia uma nuvem em nosso mundo azul
Ou rosa
Ou a cor que você quisesse..Porque cada gesto seu, cada palavra
Cada pensamento sobre amor...
Era da sua cor favorita..que por tabela era minha também.
Tentava me enxergar, mas não..não...
Enxergava a sorte, a benção, a felicidade..mas nunca eu...
Eu era poesia
Eu era luz
Eu era você
Mas não entendia o porque de tudo aquilo
O porque de me amar
O porque de sorrir...

Até que naquele bendito dia, peguei sua flor favorita
Corri até você, mas você não respondia, estava....ocupada
Beijando outros lábios
De outro felizardo, que não era eu...
Que me olhou com ar de arrongância
E qualquer palavra sua era...
Era...
Ah..AGORA EU ENTENDI O PORQUÊ

E fui ler um livro, pois não tinha mais porque sonhar

domingo, 9 de janeiro de 2011

Se fosse assim

Ah, que bom que posso falar de novo
Falarei sem medo então
Falarei sem receios de machucar ninguém.
Falo dos dias em que as árvores não fizerem mais fotossíntese
De quando as crianças não brincarem mais de guerra
De quando os adultos não brincarem mais de guerra
De quando os jornais anunciarem o desarmamento mundial
De quando o ocidente e o oriente se tocarem
Mas dessa vez, de forma compassiva

Ah, eu falo?
Falo de quando pessoas se cumprimentarem em lugares públicos.
De quando os ricos cansarem de ostentar sua frágil riqueza
Cansarem de fumar charutos caros
Cansarem de andar sem tocar os pés no chão.
Resolverem, por fim, ser como todos
Diviir tudo.
E as crianças não irão mais nas aulas de artes marcias
Irão na aula de artes do corpo
Arte de viver
Arte de amar

Só vizualizo esse dia
Em que o humano estiver assim
Um grandioso tabuleiro de xadrez.
Sempre intercalando-se com oposições
Mas aceitando-as e no final..deixando tudo quadrado
Não de chato
Mas de estável

....
....
....

Mas que poema é esse afinal?
É poema pra ler na xuxa?
É a utopia escrita com metáforas gordas?
Que poema é esse poeta???
Cadê a dor?
Cadê a tristeza?...
...

CALMA!
Não terminei minha utopia.
No dia que o mundo for assim
FLorido
E perfeito
E todos se amarem
E ninguém mais chorar...

Vou até lá!
Até a casa daquela garota
Até a casa dela
E dizer pra ela tudo.
E ela ouvirá tudo
E me amará de volta
E ai..
O mundo entrará em guerra
Desigualdade e fome....
E todo o amor do mundo...
Se perdeu novamente..
Mas eu e ela..
Ah rapaz, nós sorrimos...

Como se o mundo fosse nosso
Como se não fizessemos parte dele.