sábado, 31 de dezembro de 2011

Anonimato da revolução

Olá gente. Faz tempo que eu não escrevo um texto analítico, mas aqui vai.
Algo que me intriga muito...esse tal de anonymous. Assim gente, para deixar bem claro...Não sou um Hobsbawm ou Walter Benjamin da vida. Não tenho repertório para fazer uma análise histórica profunda e consistente. Só refleti em alguns pontos interessantes.

A geração chamada "pós guerra-fria" ou geração Y, era dita como a geração sem nenhuma causa. Acabou a briga ideológica das duas potências, a União Soviética se desmembrou há 10 anos e o mundo parece que perdeu os motivos para a nova revolução.

Ai, alguém fez em 2007 um tal de "V for Vendetta", com a natalie portman e tals, Hugo weaving, Muita ação e tals, baseado no gibi, cujo autor ( Alan Moore) é " pra lá de anarquista".

E quem diria, agora, em 2011, temos a primavera Árabe, queda de governos autoritários...Campanhas de justiça social e igualdade eclodindo no mundo inteiro ( Occupy Wall street, quem diria) graças a grande máquina da revolução. Graças ao sonho de Karl Marx, de Bakunin e de todos que um dia de inconformaram com o mundo do jeito que ele é: A internet. Em outras palavras, o acesso mundial à QUALQUER INFORMAÇÃO a QUALQUER momento.

Por mais regulamentada que a internet seja, ainda é um parque sem lei, porque é muita informação correndo e se regenerando.

Eu tenho muitas tendências esquerdistas. Não creio que nosso sistema seja justo. Se somos iguais, deveríamos viver igualmente. Mas isso é outra discussão.

O que me preocupa é a reação do mundo mediante aos anonimos. É bem preocupante pois talvez arranjarão um jeito de censurar a internet, de evitar que a informação da revolução se espalhe.

Vendo o mundo e suas mudanças...E finalmente o acesso à informação ilimitado, começo a pensar em outras coisas...

Por exemplo...E ai? Faremos o que? Teremos um governo melhor? Ou será que o anonymous vai tomar o poder? Vai apoiar tal cara que é da "revolução" como eles? Isso me lembra de uma frase de Hobsbawm: "O melhor governante é aquele que menos governante se parece", ou seja, quanto mais natural a coisa for, mais eficaz será seu governo. Então, vem-me na cabeça 1984 de Orwell, que salienta que o futuro é "uma bota pisando na cara do homem...para sempre". E que " O partido superou qualquer outro totalitarismo porque entrou na mente, e não somente na vida política do indivíduo" Porque o indivíduo se torna o Partido, e o Partido se torna induvíduo. É o domínio das idéias.

Hannah Arendt diz nas " Origens do totalitarismo" Que o "Grande Líder olha para seu povo como se olhasse para seu espelho" Vê semelhança nele, se apaixona por ele. Assim funcionou o Fascismo, Nazismo, Comunismo e etc.

Atonio Gramsci diz também que o mundo é governado por tudo menos o governante. O governante é um sortudo que condiz com a vontade de algum grupo em algum momento, que qualquer hora cairá.

Citando essa galera toda..eu quero chegar nesse ponto:

A revolução, seja dos anonymous, seja na África, seja em wall street....É sempre perigosa.
Ao mesmo tempo que é muito necessária.

Mas devemos então fazer o que? Ir contra o anonymous com medo que eles dominem o mundo da forma deles? Não. Devemos revolucionar. Por um mundo melhor, mais justo e mais igual. Mas, dessa vez, não cometer o erro que todos cometeram.
Achar que o Anonymous sabe fazer o certo, ou que alguém sabe. Se nós soubermos das coisas, não podemos ser dominados. Nunca, e por ninguém. Temos que fazer parte disso. Temos que ser isso. Ai o mundo melhora. Quanto entendermos que está tudo em nosso poder. Esqueça o anonymous, esqueça qualquer grupo revolucionário.

Vamos mudar o mundo de forma diferente. Sem brigas capilatismo-comunismo. Vamos para uma briga mais inteligente. Uma briga entre a justiça-injustiça.
Vamos ler, nos informar. Vamos ganhar da prisão que a nossa mente já faz.

Porque a verdadeira revolução não começa nas ruas

Nem nos sites

Nem nos filmes

Nem nas máscaras

A verdadeira revolução....

Começa na sua cabeça

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