segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Estória em 2 p

Alguém nasceu. Alguém tinha um pai e uma mãe. Pai e mãe foram alguém há algum tempo. Alguém cresceu. Pai e mãe de alguém não se contentaram apenas em fazer alguém viver. Alguém foi doutrinado. Algúem adquiriu opinião. Alguém cresceu. Alguém brigou com os pais. Alguém não concordava mais. Alguém achou que era importante. Alguém achou que nqada era certo. Alguém revolucionou.

Alguém se frustrou. Alguém perdeu a linha. Alguém foi motivo de piada. Alguém cuspiu no espelho. Alguém não foi levado a sério.

Pais de alguém disseram que ele não era o filho. O que faz com que cortemos fora o primeiro parágrafo da história. Alguém não era importante mesmo. Então não há porque dizer sobre as lamentações dele. Eliminemos então, os dois primeiros parágrafos. Continuando:

Alguém olhou pro mundo, chorou e .....

Alguém se foi.

Fim da estória. Mas estórias são mentira. Mentiras são ilusórias. O que faz com que descartemos a estória inteira.

Além de ser mentirosa e falaciosa, é só sobre alguém...Que como todos os outros alguéns...

Acham que são todo mundo. Mas não são ninguém.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Diariniho

Ai meu queridíssimo e tão grandioso diário. Que saudades que eu fico de você. Hoje estou sentada na cantina da escola, ansiosamente esperando o Terry passar. Gente, ele é tão maravilhoso. Ele é tudo para mim. Ele, outro dia, tipo, me olhou sabe, e minhas amigas, minhas bests, ficaram tipo, nossa mano, caralho, ele é muito gato.
Queria tocá-lo. Mas só o faço com os olhos. Tão efêmeros. Minha promiscuidade torna-se instantaneamente pureza e aceitável honra de ser eu mesma. Minto então disfarçando o desejo primitivo com enfeites romanticos e de carência existencial. Sou tola, ou não sou?

Ah tipo meu diário...Agora assim escrevo com o intuito de camuflar minha pseudo-intelectualidade. É vero que é de imenso deleite escrever linguagem rebuscada. Não o pratico para evitar deboches alheios, como das pessoas que agora o leêm e certamente passaram longe em tal interpretação. Amo muito minhas amigas!

Sabe diário, em meio a tanto desprezo pela minha espécie...Não sei se escrevo garbosamente ou se me entrego de vez à futilidade. Fico na frágil ponte entre a tolice e a metafísica.

Sabe diário... O gatoro lá era deveras patético....Não sei por qual motivo fui tentar me enganar...

Oiiii diarinho...Descobri que tipo..tem um cara muitoo afim de mim sabe mano...Tipo..ligadãoo em mim. Sai meu..quero curtir a vida sabe...Quero Carpe Diem, Fugere Urbem! In vino veritas! Fiat lux! Sei lá.Fda-se mano. Vou ficar muuuuito bebada hoje.

Bêbada de desilusão..Como todo mundo

Mano...diario...eu to numa bad trip assim sabe....

Por que eu sou eu afinal? Não seria mais fácil negar minha própria existência e simplesmente sumir? Sou obrigado a rastejar feito verme em meio à podridão. Fingir que sou linda, sou diva, sou importante....Quero voltar ao estado mais simples..Quero ser um bando de átomos dispersados. Para quê me dar a inteligencia, se com ela percebo que minha irrelevância é comparável à de uma pedra no fundo do mar? Tivesse então me dado a condição de uma pedra. Não de um humano falho e desgostoso. De um humano errado e torto. Triste, pecador, infeliz...Que escreve. Conversa consigo próprio! Quem quer uma maldição dessas? Morrer de vergonha dos meus semelhantes? Vestir-me bem para chamar atenção dos meus parceiros de irrelevância?Deus me livre! Ficar bonita? Ficar diva? Ficar como? Sem nenhuma essencia interessante? Não não! Quero significado! Quero ser a significante...

Então diarinho lindo. Hoje eu escolhi um lugar tipo muiiiito legal pra ir. É tipo uma balada com um bar sabe...Muitos gatinhos. Vou toda produzida maano

Então renego a vida de uma vez por todas...

Meu diário super fofo!!! Hoje sabe quem morreu? Eu mesma! Agora aquela menina toda intelectual se foi. A que ficava escrevendo um monte de pessimismo em você há um tempo atrás. Ela se foi. Agora posso me divertir.

E finalmente viver de verdade