terça-feira, 16 de novembro de 2010

Mémorias Não necessariamente bonitas

À ti escrevo esta longa carta, meu amor...
Minha vida, minha estrada
Minha junção de adjetivos gordos , pimposos e reluzentes
Meu comjunto de palavras que se assemelham..
Ora roem, oram riem, ora ronronam...
Mas atrás do que se faz, sempre se desfaz algo que nada
nos satisfaz.
E assim formamos jogos de palavras...
Mas , mais lindos e profundos
São os jogos que deixamos jogar com nossas próprias almas.

Por isso e por outras lhe escrevo.
Quando digo por outras, não vá se enganando
São por outras mulheres, outras idéias, outras paixões.
Não quero que você se sinta diferente.
Não quero que você nem se sinta especial.
Não se sinta nada...

Escrevo com todo o amor do meu coração
De dizer que longos versos que lhe criei
Foram uma enorme perda de tempo..
Sou patético e rio de mim mesmo...
Vivo escrevendo frases falsas
Pra uma mulher inexistente.

Sou um mentiroso
Escrevendo frases falsas
Para pessoas inexistentes
E sem muita esperança, como se nada bastasse.

O que me alimenta então?
Eu até sei..
O que me alimenta seria a lembrança de ter te visto morrer afogada.
Enquanto eu ria de você
Você gritava de pavor....
Realmente, matar alguém na banheira é chato...
Tem que ver aquela putrefação...
Podre mesmo estava e estou por dentro...
Em um cárcere me jogam...
Me acusam de homicídio...
Em minha defesa...
Preciso mesmo entrar no mérito da questao?
Fui legal, senhor Juiz...
Dei o que ela sempre me deu
Amargura e desespero...
Preso numcárcere, por muito tempo já estava...

Morto??? Já estou há muito tempo seu Juiz...
Ela que não respira, não fala, não me mata mais...
Continua mais viva do que antes...





O que fazer para matá-la, seu Juiz?

Nenhum comentário:

Postar um comentário