quarta-feira, 10 de março de 2010

Quebrando a antítese das gerações

Sempre tive uma tendência observadora ,e se tem algo que a um certo tempo vem chamando a minha atenção é o enorme contraste da postura da juventude atual em relação a temas decisivos da sociedade em comparação com épocas anteriores.Diante desse momento tão promissor e ao mesmo tempo problemático do Brasil ,a maioria dos jovens não faz a mínima questão de participar tornando se assim meros observadores.

É quase que impossível não fazer comparações com outras épocas e a primeira que vem a minha cabeça é a juventude dos anos 60 e 70.O mundo do tempo da “guerra improvável,paz impossível” vivia momentos marcantes da história do século XX ,como a Revolução Cubana,a Crise dos Mísseis entre outros episódios do contexto da Guerra Fria.Assistindo o cenário de ameaças mútuas de autodestruição a juventude optou por não ficar calada,e através da músicas,do estilo e do comportamento manifestou sua posição contrária a tudo aquilo.Os movimentos de contracultura foram extremamente chocantes, particularmente nos Estados Unidos aonde o movimento teve seu ápice.Ao som de novo ídolos como Janis Joplin e Jimi Hendrix,os jovens deixavam os cabelos e as barbas crescerem para contestar os típicos valores norte americanos ,o famoso festival musical de Woodstock de 1969 serviu como uma afirmação desses ideais. E esse sentimento revolucionário juvenil atravessou o Oceano Atlântico e chegou na Europa,cujo o mais notório exemplo foi com certeza Paris em maio de 1968 na greve geral que contou com a participação maciça de estudantes.

O meu objetivo com os exemplos citados acima não é defender as idéias desses movimentos ,mas tentar mostrar o poder de influência dos jovens.Mesmo um país como os Estados Unidos que tem uma vasta parcela da população excessivamente reacionária parou para ouvir o discurso pacifista dos jovens e começou a questionar os verdadeiros motivos da polêmica Guerra do Vietnã.

Entretanto, grande parte dos jovens de atualmente abdicam desse poder de influência para não sair da sua zona de conforto, e não se levantam para questionar os graves problemas estruturais brasileiros.Já ouvi com muita frequencia como argumento de defesa: “Mas não vai mudar nada”,bem fica bem difícil mudar alguma coisa quando só se espera e nada se faz.A partir de uma certa idade se envolver em política deixa de ser uma opção e torna se uma obrigação moral de todo o cidadão com o próprio país e com o próprio povo.Já houve um tempo que tal atitude era natural para a juventude,hoje isso tornou a exceção da regra.

Ao passo que o Brasil ganha mais destaque no cenário internacional,sendo desde um pólo de investimentos externos até protagonista de importantes discussões como a questão nuclear do Irã,problemas internos permanecem quase que inalterados, como a desintegração regional,a enorme desigualdade social,a falta de infra -estrutura,a saúde e a educação pública deficientes entre muitos outros.Esse panorama tão contraditório não pode ser simplesmente aceito.E a primeira oportunidade para ao menos tentar mudá-lo acontecerá em outubro desse ano,votar com consciência é um dos primeiros passos de um longo caminho rumo a um país melhor.

A juventude tem uma espécie de rebeldia natural e ela pode ser uma verdadeira força motriz para uma mudança,cabe a nós jovens direcioná-la e o passado já nos mostrou que sim,é possível mudar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário