quarta-feira, 28 de abril de 2010

Agora sim!

Sempre, desde a minha juventude
Tinha essa coisa de carpe diem
Essa coisa de fugere urbem
Essa coisa de viver cada segundo
Como se fosse o último...

O problema era esse e somente esse:
Não sabia para que e como viver!
Como faria minha vida valer cada momento?
E depois, na eternidade?
Viveria fazendo o que?

O que me matava e náo me deixava curtir...
Era essa convicção de que não havia
mas não havia mesmo
Nada, NADA
De interessante para se fazer
Sem enjoar rápido...
E que nunca me deixaria
No completo tédio..
Mais cedo ou mais tarde...

Sucedeu então..
Que passei uma vida toda pensando
No que fazer de legal
Só me frustrei sem ao menos
Ter tentado nada...

Sucedeu também que o grande dia chegou
O dia em que a morte veio me visitar
Mas ela havia agendado sua visita
Educada, devo acrescentar...
E um médico, seu comparsa, havia me avisado
Quando eu iria finalmente morar na eternidade..
O que me apavorava, se fosse um tédio..
como minha vida

Sucedeu que tinha uma doença terminal..
E depois de 2 meses, estava eu..quase morto
Meus olhos eram pesados.. Minha respiração..
Era praticamente......nada
E meus folegos pareciam cada vez menos eficientes
Todos estavam em casa: Família, amigos..conhecidos..
Todos chorando e dando o "tchau" mais simples possível.

E vi que era hora de embarcar ...
Mas eis que chegou o momento..
Um pouco antes da luz no fim do túnel
Foi ela...a pessoa mais bonita, mais meiga
E totalmente única..
Totalmente original..por mais simples que parecesse
Era um mar de loucuras e devaneios
Assim como eu..
A garota que eu havia me apaixonado a vida toda..
Nunca tinha me dado bola..
Naquele seu estado de velha...
Mas com um ar jovial que nunca iria envelhecer..

Ela não falou nada, apenas passou pela janela
E me deu um sorriso...

Fechei os olhos rapidamente, totalmente feliz!
Meu tédio na eternidade.. Não chegou perto de existir
Foi uma eternidade intensa..vivi cada segundo.
Pois passei a eternidade inteira
Sorrindo de volta.

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