quinta-feira, 8 de abril de 2010

consciências...

enfim o menino chegou a praça que ele tanto adorava. de cabeça baixa ele contava as sombras das pessoas que o cercavam. ele contava as vozes que ouvia em sua mente. elas diziam que ele não pertencia ali, não pertencia a esse mundo. elas diziam que ele deveria fugir. fugir de todos, até daqueles que o amavam.
Todas as vozes então se calaram menos uma. todas as sombras desapareceram, menos uma. ele olhou para cima e viu um rosto que parecia ter sido esculpido por anjos. a mulher morena o abraçou chorando de alegria. "vou fazer com que todas essas vozes que você antes ouvia desaparecerem"
caiu no chão e seu coração já não pulsava mais. deixou de enxergar somente sombras. via rostos, olhares, expressões e sentimentos. via seu corpo jogado no chão. abriu suas assas e voou para longe de tudo. Ele fugiu como as vozes lhe diziam. todas as vozes então voltaram. a mulher, o anjo, não o ajudou.
o menino morreu naquela tarde e ninguém sentiu sua falta nos anos seguintes. ele, agora um anjo, ainda estava fadado a ouvir todas as vozes de suas consciências...

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